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Discurso no Senado destaca atividades do INPE

por INPE
Publicado: Out 20, 2008
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São José dos Campos-SP, 20 de outubro de 2008

Da tribuna do Senado, em Brasília, o senador Flávio Arns falou sobre as atividades do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e sua missão de produzir ciência e tecnologia nas áreas espacial e de ambiente terrestre. O pronunciamento, realizado no dia 14 de outubro, destacou as atuais ações do Instituto nas áreas de ciências espaciais, previsão de tempo e clima, observação da terra e engenharia espacial. 

Abaixo, a íntegra do pronunciamento do senador Flávio Arns:

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores,
Ocupo a Tribuna no dia de hoje, para abordar o importante e fundamental trabalho que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) vem realizando, em parceria com o Governo Federal, através do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Agência Espacial Brasileira.

Considerado atualmente uma referência em Sensoriamento Remoto, Meteorologia, Ciências Espaciais e Atmosféricas, Engenharia e Tecnologia Espacial, o INPE busca há mais de 40 anos contribuir com a gradativa autonomia do País em áreas estratégicas, como ciências espaciais, engenharia espacial, observação da terra, previsão de tempo e clima, e ainda no ensino, documentação e programas especiais.

Podemos afirmar, que a ciência praticada pelo programa espacial brasileiro destina-se a explorar a Terra, e não aos demais planetas do sistema solar. Trata-se de um programa científico consistente com as necessidades do País, com benefícios diretos no desenvolvimento do Brasil.

Com ações distribuídas em quatro programas, o Instituto tem a relevante missão de produzir ciência e tecnologia nas áreas espacial e de ambiente terrestre, além de oferecer produtos e serviços de relevância singular.

O primeiro deles que citarei é o Programa Nacional de Atividades Espaciais, que tem como principal objetivo a observação da Terra por meio de satélites. Segundo especialistas, esta é a maneira mais eficiente e econômica de monitorar uma grande extensão territorial como a do Brasil, de forma sistemática, confiável e independente.

O programa visa ainda o desenvolvimento de ciências atmosféricas e espaciais, o desenvolvimento de tecnologias próprias no ciclo completo de desenvolvimento de satélites para diversas finalidades, e a participação com parceiros internacionais no desenvolvimento de satélites.

Outra iniciativa do INPE é o programa Ciência, Natureza e Sociedade, que objetiva a pesquisa, o desenvolvimento e as operações em previsão de tempo e estudos climáticos. Para um País como o Brasil, que possui uma grande diversidade climática, é essencial uma previsão do tempo de boa qualidade, para o desempenho de inúmeras áreas sociais, atividades econômicas, e principalmente para a agricultura.

Já o programa Promoção da Pesquisa e do Desenvolvimento Científico e Tecnológico busca a consolidação do Laboratório de Plasma para Fusão Termonuclear Controlada, que mais especificamente desenvolve produtos e processos inovadores para o setor espacial. Por último, cito o programa Prevenção e Combate a Desmatamentos, Queimadas e Incêndios Florestais, que realiza um importante acompanhamento terrestre de todo o Brasil por meio de imagens de satélite.

Também não poderia deixar de ressaltar a parceria entre Brasil e China, no monitoramento diário por satélites dos amplos recursos naturais e nas vastas regiões remotas que os dois países possuem. Essa parceria iniciou-se em 1999, com o programa denominado Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS), que promove integração e cooperação entre os dois países para desenvolver satélites de sensoriamento remoto.

Lançado em 1999, o primeiro satélite CBERS-1 produziu ao longo de quatro anos uma valiosa coleção de imagens dos territórios brasileiro e chinês. Já o segundo satélite, o CBERS-2, foi lançado em 2003, em substituição ao primeiro. Em 2007, totalmente integrado e testado pelo INPE, foi lançado o terceiro satélite, o CBERS-2B. Segundo o acordo firmado entre os dois países, está previsto ainda o lançamento de outros dois satélites até 2011.

Levo ainda à atenção de todos, as reais e constantes necessidades que temos de coletar, de forma rotineira e consistente, informações sobre a superfície da Terra, como por exemplo, as mudanças globais, o monitoramento das florestas tropicais e os estudos costeiros, para os quais as imagens de satélite são fundamentais. Considerando as necessidades de mapeamentos cartográficos, as imagens de satélite podem substituir ou complementar os levantamentos aerofotogramétricos.

Outra situação em que o País se beneficia com o trabalho do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais é quando necessita obter informações, de forma rápida e eficiente, acerca de eventos cuja localização e ocorrência sejam de difícil precisão ou acesso, como por exemplo, a ocorrência de desastres naturais, ou situações de monitoramento de fronteiras e do mar territorial.

Graças ao Programa de satélites sino-brasileiro, o Brasil é hoje o maior distribuidor de imagens de satélite do mundo. Com a política de livre acesso a dados públicos implantada pelos governos brasileiro e chinês em 2004, o INPE distribui cerca de 700 imagens diariamente, a 1,5 mil instituições.

A disponibilidade desses dados de forma rápida e eficiente reduz o custo e o tempo dos projetos, permitindo que se desenvolvam novas aplicações de sensoriamento remoto no Brasil.

Mais uma vez enalteço esses importantes avanços tecnológicos em nosso País. Tenho plena convicção de que a pesquisa científica é o caminho para construirmos nosso desenvolvimento social, econômico e ambiental, dos quais estamos bastante necessitados.

A vocação desenvolvimentista que desejamos para o Brasil é a da tecnologia moderna e pacífica, que agrega valor à sociedade, e que passa distante do domínio e exploração entre os povos da Terra. Nesse sentido, Brasil e China dão o exemplo.

Desta forma o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial tem como desafio para o século XXI a construção de satélites e tecnologias que produzam dados cada vez mais consistentes e precisos sobre o Planeta Terra, para o desenvolvimento de pesquisas e estudos que abranjam todas as áreas do desenvolvimento de tecnologias aplicáveis às necessidades do Brasil e de seus parceiros.

E assim, depois de transformar dados em conhecimento, produtos e serviços, toda a sociedade brasileira será beneficiada pelos avanços conquistados. Esta coerência entre pesquisa, desenvolvimento e serviços reforçará o papel dessa Instituição, alinhada ao projeto de potência ambiental que temos, sempre visando, em última instância, uma melhor qualidade de vida para todos os brasileiros.

Era o que eu tinha a dizer, Senhor Presidente.
Muito obrigado.
Senador Flávio Arns


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