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Projeto pioneiro no INPE contribui para previsão do Clima Espacial

por INPE
Publicado: Mai 09, 2007
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São José dos Campos-SP, 09 de maio de 2007

Imagem Projeto pioneiro no INPE contribui para previsão do Clima Espacial

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) aprovou recentemente financiamento ao projeto Arranjo Decimétrico Brasileiro - ou simplesmente BDA, do inglês "Brazilian Decimetric Array" -, desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O Termo de Outorga referente à concessão de cerca de R$ 2 milhões para o desenvolvimento da Fase II do Projeto foi assinado na sede da FAPESP, em São Paulo, no dia 28 de março.

O BDA é o primeiro rádio-interferômetro em ondas decimétricas desenvolvido e construído no Brasil, com mais de 50% de tecnologia nacional, e emprega modernas técnicas de interferometria para operar com altas resoluções espacial e temporal. Será capaz de gerar 10 imagens do Sol por segundo, bem como sua análise em tempo real, utilizando uma máquina de arquitetura paralela e um software que implementa a técnica de tomografia espectral e que permite inclusive a análise de “loops” solares. Espera-se assim contribuir no aperfeiçoamento da previsão do clima espacial.

O projeto BDA é coordenado pelo Prof. Hanumant S. Sawant, da Divisão de Astrofísica do INPE, e está sendo desenvolvido com a participação de várias unidades do Instituto, entre elas a Coordenação de Ciências Espaciais e Atmosféricas (CEA), o Laboratório Associado de Computação e Matemática Aplicada (LAC), o Laboratório de Integração e Testes (LIT) e a Divisão de Eletrônica Aeroespacial (DEA), além de contar com a colaboração de diversas instituições nacionais e estrangeiras, tais como o Indian Institute of Astrophysics, o Tata Institute of Fundamental Research do National Center for Radio Astronomy, ambos da Índia, e a Universidade da Califórnia - Berkeley, além da Universidade Federal de São Carlos, da Pontifícia Universidade Católica de Poços de Caldas e da Universidade do Vale do Paraíba.

O desenvolvimento completo do instrumento está dividido em três fases. A Fase I, realizada entre 2001 e 2005 e também financiada pela FAPESP, juntamente com recursos do INPE, FINEP e CNPq, englobou o desenvolvimento, construção, instalação e operação de um protótipo do BDA (designado por PBDA), constituído por 5 antenas parabólicas de 4 metros de diâmetro instaladas no campus do INPE em Cachoeira Paulista (SP). A partir de 2004 foram iniciadas as observações sistemáticas de fontes solares e não-solares, com a obtenção das franjas de interferência e dos primeiros mapas solares utilizando o PBDA.

No desenvolvimento da Fase II, prevista para ser concluída em 2009, outras 20 antenas serão adicionadas, constituindo um arranjo em forma de “T”, na direção Leste-Oeste e Sul. Nesta fase haverá mais transferência de tecnologia das instituições internacionais participantes. Finalmente, em seu formato final, este instrumento será composto de 38 antenas dispostas ao longo de aproximadamente 2 km na direção Leste-Oeste e 1,2 km na direção Sul.

O BDA, que é único na América Latina, cobrirá uma lacuna entre os instrumentos situados na Europa e nos Estados Unidos, abrangendo uma cobertura de 24 horas de observações do sol e da astronomia no mundo. Terá aplicações no programa de Previsão do Clima Espacial através da observação dos fenômenos solares, em investigações das emissões de rádio fontes galácticas e extragalácticas no céu do hemisfério sul, bem como permitirá a transferência de tecnologia, na área de engenharia espacial, para o INPE e para a indústria brasileira, colocando o Brasil no seleto grupo de países que dispõem deste serviço.


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